Ibama confirma morte de vaqueiro durante emboscada na Terra Indígena Apyterewa Ministério da Justiça cobra Pará e ameaça bloquear repasse de verba da segurança Sem partido, Sabino vira "joia da coroa" na disputa por vaga no Senado em 2026
Meio Ambiente

Na Cúpula do Clima, Lula promete ampliar proteção de áreas marinhas

Presidente destacou necessidade de proteger a chamada 'Amazônia Azul'

  • 339 Visualizações
  • 07/11/2025, 09:00
Na Cúpula do Clima, Lula promete ampliar proteção de áreas marinhas

Belem, PA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira (6) que o governo vai ampliar a cobertura das áreas marinhas protegidas no país, com destaque para a chamada Amazônia Azul. A fala ocorreu durante a abertura da primeira sessão temática da Cúpula do Clima, em Belém, chamada de “Florestas e Oceanos”.


O evento reúne chefes de Estado e representantes de governos em uma programação que antecede a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que começa na segunda-feira (10).


“O Brasil vai proteger a Amazônia Azul, com planejamento marinho e proteção de mangues e corais. Vamos ampliar de 26% para 30% a cobertura de nossas áreas marinhas protegidas, cumprindo a meta do Marco Global de Biodiversidade. Antes de explorar recursos minerais, realizaremos estudos para medir os impactos ambientais e criaremos unidades de conservação”, disse o presidente.


A região conhecida como Amazônia Azul compreende a superfície do mar, águas sobrejacentes ao leito do mar, além de solo e subsolo marinhos contidos na extensão atlântica que se projeta a partir do litoral até o limite exterior da Plataforma Continental brasileira.


Lula também afirmou que a crise climática avançou para pontos de não retorno e citou a mortalidade generalizada dos recifes de corais de águas quentes como exemplo. Ressaltou que o aquecimento dos oceanos pode alterar o regime de chuvas da Amazônia e alertou para o risco de savanização, com efeitos graves para o clima e a agricultura globais.


Ele reforçou que apenas o multilateralismo poderá enfrentar o cenário atual, que “nenhum país poderá enfrentar a crise climática sozinho”, e que “é hora de unir forças novamente e liberar sinergia” entre os acordos ambientais.


O presidente recordou conquistas históricas, como a Convenção da ONU sobre o Direito do Mar e o Protocolo de Montreal, e disse que o Brasil vai ratificar até o fim do ano o Tratado de Alto Mar, que começa a valer em 2026.


Lula citou que, em 2024, “as florestas tropicais desapareceram mais rapidamente do que nunca” e que o mundo perdeu uma área equivalente ao Panamá. Ele defendeu que apenas a cooperação global poderá conter incêndios, desmatamento e a poluição que atinge os oceanos. O presidente reforçou a meta de desmatamento zero até 2030.


“Esse é um dos principais compromissos do nosso governo", afirmou.

Segundo ele, o país já reduziu o desmatamento amazônico em mais de 50% e registrou a menor taxa da série recente. A promessa do Brasil é recuperar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas em dez anos. Lula afirmou que nenhuma floresta tropical gerará soluções climáticas se não gerar soluções para quem vive nela.


“Essa é a COP da verdade por um pacto pela vida de florestas, oceanos e humanidade. É hora de transformar ambição em ação e de reencontrar o equilíbrio entre crescimento e sustentabilidade”, disse o presidente.


Foto: Divulgação/PR 

(Com a Agência Brasil)

Mais matérias Cidades

img
Olavo Dutra

Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.